14 de nov. de 2017

THEE AUTOMATICS

THEE AUTOMATICS - “Bleakness” (2017, Deserto Records)
A veterana banda poptiguar vem com seu décimo quinto (!) disco e incrementa a maturidade sem se perder no tempo, sabendo dividir o talento já existente com os novos integrantes Karla Farias (ex-Alien TV, substituindo Chris Pimenta do ano passado para cá) e Dante Augusto (guitarra e ex-Calistoga), ponto relevante a ser considerado. “Surrender” já é exemplar na abertura, com guitarra de timbres nervosos pontuando sobre uma melodia retilínea, mas vibrante. A segunda, “Read my mind”, vem com os vocais de Dante Augusto, com a canção ficando como se os Posies quisessem soar como o Joy Division, criando uma sonoridade nada pop, apesar das referências. “Air kick” chega aqui em versão entre o dançável e o sombrio, composição de Karla Farias quando ela fazia parte do quarteto potiguar Alien TV. A curta “Terranova” tem instrumental mais para um improviso sob levada eletrônica, fato nada convencional. Na curta “CG poem (Manjericão)” voltam antigas influências britânicas (Fall, Swell Maps) e o baixo com distorção ficou soberbo, além de terminar com o próprio poeta Carlos Gurgel recitando seu poema de 1981. Já “Spectrum” poderia ser mais longa e “Another you”, presente no disco de 2016, vem aqui em versão sem voz. A derradeira é a climática “Left”, única faixa mais pop, aliás, fato provocativo sob base eletrônica. Em cada disco, uma novidade. De reumatismo a banda não morre. 


Bandcamp

8 de nov. de 2017

RICHARD TURGEON

O compositor, cantor e multi-instrumentista americano Richard Turgeon é um artista bastante versátil: compõem, toca vários instrumentos, grava, edita, é fotografo e ainda produz as artes das capas dos seus discos. Além disso, é escritor e roteirista de vídeo. Com todos esses atributos é só correr pra torcida. Residente em São Francisco, Califórnia, onde trabalha e mora com a mulher e dois filhos, o roqueiro suburbano, como gosta de dizer, tem o raro talento de fazer canções melodiosas diversas, sempre variando nas levadas rítmicas e letras sempre sacadas com bom humor.

Simpatia em pessoa, Richard embora faça um som alternativo, gosta das bases e solos de guitarras bandas de metal anos 80, o que certa forma reflete na técnica como toca as guitarras em algumas músicas. Mas não se trata de nenhuma mistura de estilos; suas composições estão alinhadas entre o alt-rock e o powerpop. 

Como escritor escreveu o romance “Please Advice”, cujo personagem central é um músico roqueiro que trabalha numa empresa de marketing, o que soa ser autobiográfico e o livro “Indie Rock 101”, um guia para músicos que procuram fundamentos essenciais para execução de uma banda e produção de áudio.