Aqui no MeuSons, após várias audições de bons discos, escolhemos o primeiro disco cheio do trio americano Weller como o melhor do ano. Uma grata surpresa, considerando uma banda que praticamente estréia com esse disco. Embora o nome lembre ao líder da lendária banda britânica The Jam, não há nenhuma referência sonora com os citados.
O álbum que leva o mesmo nome no título é constituído de dez faixas consistentes, emotivas e instigantes. Com musicalidade melodiosa por essência, pop em seu conceito, sentimental no discurso e desafiadora em sua execução. Dentro desse universo emocionante a sonoridade envolve, transforma, delira e convence.
Weller é um projeto que nasceu na mente do talentoso cantor, compositor e guitarrista Harrison Nantz e materializou-se quando foi morar na Filadélfia ao juntar-se com o baixista Evan Clark Moorehead e o baterista Jeremy Berkin em 2016. Suas referencias sonoras, e enfatizadas pela banda, começa lá no final dos anos 80 e começo dos 2000, apoiada na mudança tecnológica, na diversidade indie de estilos e ebulição da mentalidade musical do underground.
Gostam de citar o modernoso grupo Dead Cabie For Cuties quando dos primeiros discos, do conhecido Counting Crows e o obscuro quarteto indie Radiator Hospital, residente da mesma cidade. Acrescentaríamos facilmente a essa lista o excelente Maritime (por ex-membros do The Promise Ring e The Dismemberment Plan).
Mas o som do Weller vai bem mais além do que as referências ditas. É de uma sonoridade precisa e variada sem perder o prumo melódico, o grande trunfo de Harrison. Com pouco tempo de existência e disco lançado em outubro de 2017, a banda teve uma projeção inesperada causa pela força do álbum, proporcionando destaque nas mídias especializadas e uma boa leva shows nas principais cidades americanas. Uma parte considerável pelo sucesso na internet.
MeuSons trocou uma rápida e exclusiva conversa com Harrison Nantz que respondeu atenciosamente o nosso chamado. Confira!
Você acredita que a internet deu uma maior visibilidade à sua banda, especialmente em outros países?
Absolutamente! Tivemos a sorte de ter uma galera suficiente compartilhando nosso disco na internet, circulando por países que eu nunca fiz um show sequer. No entanto, as coisas podem se perder muito facilmente na internet, então, as pessoas mais vibrantes são atraídas e engajadas em manter nosso registro em seu padrão online.
O som da banda tem muitas referências, embora não lembre uma banda específica. Eu ouço sonoridades que me direcionam aos anos 80, britânicos pós-punk, bandas americanas às 77, e outras bandas indie early DCFC e Maritimes. Bem, como você descreveria o som da banda para alguém ainda não conhece?
Obrigado pela referência ao Death Cab! Nós definitivamente devemos muita inspiração a essa banda, no entanto, a maioria das minhas influências de composição variam de old blues musica / folk tradicional a sons mais modernos como The National, The Killers, etc. Nós sempre dizemos se você gosta do começo do Death Cab, Counting Crows, e Radiator Hospital, então você vai nos adorar!
Em face das tantas adversidades no mundo, podemos ainda acreditar nas mensagens positivas faladas pelos artistas?
A música definitivamente serve como uma saída importante para muitas pessoas, especialmente diante da adversidade, mas é importante continuar a conversa iniciada pelo artista e não confiar exclusivamente nessa mensagem para resolver o problema. Envolva-se, seja voluntário em algum lugar, se possível, ligue para o gabinete de seus políticos locais, faça tudo o que puder para fazer a diferença e desafie seus artistas favoritos a fazer o mesmo.
A maioria das faixas no álbum de estréia são de curta duração. Isso é intencional?
Nos perguntamos sobre isso com bastante frequência e acho que é menos intencional do que todos pensam. Ao escrever, penso principalmente se eu disse o que preciso dizer e se consegui o momento melódico adequado. Procuro fazer o meu melhor para evitar momentos cansativos ou ficar arrumando ideias para preencher mais um minuto do tempo preciso se não acho que a canção o justifique. Em destaque de nota, já comecei a escrever para o segundo disco e essas músicas são um pouco mais longas!
Quais são as bandas favoritas da banda? Quem você destacaria na atual cena americana independente?
Bandas favoritas coletivamente são Death Cab For Cutie, Manchester Orchestra, Great Grandpa, Radiator Hospital e ultimamente Phoebe Bridgers. O novo album de Bridgers é uma obra-prima do começo ao fim. Também menciono as bands Fire is Motion, Peaer e Spirit of the Beehive como destaques na cena loca! Procure escutá-las se você ainda não conhece
Quais são os planos da banda para 2018?
Temos muito a anunciar no Ano Novo, mas em breve haverá mais turnês, mais gravação, mais de tudo!
Weller - "Lemons"
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