Prestes
a completar 50 anos de vida (em novembro), o compositor, cantor e guitarrista alagoano Luiz Eduardo Calado celebra seu tempo com uma plenitude holística – humana e artística.
Sua trajetória musical mantém sempre em progresso, com a experiência e
sabedoria que lhe apontam os melhores caminhos com os meios mais adequados.
Um
dos poucos reminiscentes na ativa desde a cena seminal dos anos 90 em Maceió,
Calado expõe como influências marcantes em seus trabalhos o pós-punk britânico
e o rock alternativo americano. Formou e participou de várias bandas e projetos
com seu peculiar senso melódico e lírico. Agora em 2017 grava e lança um disco
com uma produção mais esmerada, no sistema de captação de recursos via crowdfunding.
Calado
nos conta um pouco da sua história e convida aos leitores e amigos a
participarem desse novo projeto em execução. Vamos nessa?!
O
começo
“Desde
muito cedo despertei para a música. Inicialmente como ouvinte do rádio que
tínhamos em casa e depois dos discos do meu primo Claudio. Na adolescência
junto com esse mesmo primo comecei a tocar violão e a compor. Já com vinte e
poucos anos em 1989, encontrei o Eduardo Bahia e desse encontro nasceu a banda
Stonegarden, que fazia tecnorock e causou sensação aqui no estado (Alagoas),
através da execução de várias músicas pela antiga rádio Cidade. Mas depois de
quatro anos encerramos as atividades. Cheguei a tocar com a 70th Blight, banda
pós punk emblemática aqui de Alagoas. Também fiz parte da meteórica Gosh,
formada por Antonella, Fernando Coelho e Eu. Além de ser o fundador da banda
Kaddish. Em 2013 depois de muitas idas e vindas e com apoio total de Fernando
Coelho, eu lancei um Ep chamado The three C sessions (Ver links abaixo), o Ep
teve boa repercussão me alentando a lançar mais dois Eps e fechar uma suposta
trilogia de registro de minha caminhada. Todas as canções são em inglês e
versam sobre uma melancolia do fazer parte e não se reconhecer presente.
Distância, imensidão, saudade, depressão, testemunhos diários da minha
inutilidade e estupidez”.
Sobre o momento de chegar aos 50 anos ainda em plena produção musical
“Agora em 2017, para comemorar a chegada
aos 50 anos, decidi juntar as economias, abrir uma campanha crowdfunding e me
lançar ao campo de batalha de novo. Sim por que criar é um parto, produzir é
uma batalha. Vivemos tempos difíceis, tempos incertos, mas não se pode simplesmente
aceitá-los e não continuar criando e produzindo. Esse meio século de vida me
trás uma sensação de café com leite em dias frios, me faz sentir mais vivo,
estar chegando aos 50 ainda criando e produzindo. Ter chance de trabalhar com
pessoas tão amáveis e criativas como Dinho Zampier, João Paulo, Dacio Messias,
Fernando Coelho, só me dá certeza de que caminhei com razoável fidalguia até a
este momento e que ainda tenho o que mostrar”.
Analisando sua trajetória musical –
erros e acertos.
“Na minha trajetória acredito ter
vivido, experienciado tudo o que me foi proposto... Não fugi do combate. Entre
erros e acertos eu vivi e aprendi, curti o momento, mesmo que na hora dos erros
e derrotas eu possa não ter tido essa visão. Mas nada como o tempo para mostrar
que erros e acertos, assim como partida e chegada, fazem parte da mesma viagem”.
A atual cena musical alagoana
“Atualmente aqui em Maceió, Alagoas,
está se vivendo uma profusão de bandas e artistas em diversos segmentos, tem-se
boas casas para shows, há a fomentação diária de publico e que faz com que se
acredite que a cena local tem sim qualidade e grandes chances de atingir a
maioridade. Nomes consagrados como Wado, Mopho, Vitor Pirralho, Figueroas,
junto com os emergentes e instigantes: Ximbra, Favela Soul, Tequila Bomb, Yo
Soy Toño, entre outras preciosidades. Em fim, muitas opções, muitas vertentes”.
Mercado brasileiro atual da música.
“Sempre consumi música, desde pequeno
como já citei antes. O que estou testemunhando e também participando é da
mudança constante e atualmente acelerada da forma como se consome a arte, em
particular a música. O mercado hoje em dia é muito mais segmentado, muito mais
ilha no sentido de se ter nichos e quase sempre isolados. Além da velocidade de
aparecimento de artistas e materiais novos. Concordo que seja difícil de
acompanhar tudo o que acontece, mas enquanto houver pessoas consumindo ou
simplesmente se emocionando com música (mesmo que seja o próprio artista),
então acredito que valha estar criando/produzindo”.
Projeto colaborativo para obtenção de
recursos para gravação do disco.
“Sobre o crowdfunding da kickcante que
abri para ajudar no financiamento do meu Cd é mais uma prova de que as relações
e formas de consumo, contato, interação entre as pessoas, mudaram. Tinha
resistência inicial, mas pelo medo de não entender ou dominar a ferramenta do
que por qualquer outra coisa. Depois que você percebe-se agente de seu próprio
processo, seja ele qual for, tudo faz sentido e você fica se perguntando, por
que não fiz isso antes?”
O que ainda o influencia como artista.
“Basicamente o que me influencia como
artista ou promotor artístico é a paixão, sentimento... A sensibilidade de
achar que entendo ou de querer entender as coisas que me cercam ou que me fazem
sentir”.
Callado links acesse:
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