ELECTRO
BROMANCE
“We are like a time bomb” (Deepland
Records)
Fazer
música nos confins menos abastados do Brasil parece ser uma atitude mais rock
que muito posudo roqueiro tatuado. Vindo da terra de Augusto dos Anjos, o duo
paraibano Electro Bromance surpreende atacando de synth pop e dark wave. Sobrevoando
pioneiros como OMD (“Erotic playground”) e Wire (“Make me your toy”), eles
puxam os BPMs para cima nas agitadas “Euphoria” e “Beloved”, as duas cheias de
timbres graves de teclados e programações margeando o pop de faceta mais
eletronica. Com a quase pop “Shy banshee”, a lembrança do Talk Talk fica até nítida,
mas os riffs de guitarra de Hansen Pessoa marcam a diferença. A tensa – porém mais
cadenciada – “Unreal” vem com plano sinistro e emerge como se o Kraftwerk
deixasse a preguiça das últimas décadas de lado e pudesse dar um passo à frente,
aqui uma clara trilha sonora de ficção cientifica e poderia muito bem estar em
um disco atual do Front 242. Por outro lado, “Love adventures” desce um pouco
os beats e se assemelha ao clima de discos como “Music for the masses”, do
Depeche Mode (ou seja, quem gosta de eletrônica à la anos 80 reclamará). Com um
pouco mais de variação na timbragem e andamento das programações – e se
explorar mais a guitarra barulhenta de Hansen -, o clima de nostalgia será
esquecido em prol de um futuro menos obscuro e mais bombástico.
(resenha
escrita por Alexandre Alves, músico e produtor poptiguar)
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